O ultimo magnata nacional
Na ultima sexta-feira, dia 06, o Brasil memorou o dia que disse adeus a um grande artista e a um dos maiores compositores de nossas gerações. Com certeza a sua morte foi algo surpreendente, lamentável, chocante e memorável e caso ainda reste alguma dúvida sobre a sua importância no cenário nacional e na construção de uma cultura musical completamente alheia a modinha vivenciada nos dias de hoje pense bem, eu ainda nem falei o nome dele, mas você já sabe de quem se trata!
Alexandre Magno Abrão, o Chorão, sem duvidas teve uma história digna de um filme e fez de sua personalidade forte e de sua resistência à padronização musical e pessoal um caráter motivador para muitas bandas que hoje fazem um grande sucesso e um exemplo de formação para todos os seus fãs. Lembrando de sua morte, fiquei pensando nos artistas de carreira meteórica que rapidamente desaparecem e caem no esquecimento, que lançam uma musica sem muita letra, mas com um ritmo contagiante e que ainda assim fazem sucesso e nas pessoas que escutam uma música sem saber nem o que está sendo dito, mas dizem que gostam e rendem um sucesso sem muitos méritos a esses artistas. Parafraseando os titãs, a melhor banda de todos os tempos surgiu na última semana e na semana seguinte já teremos outros astros de diferentes rostos e gêneros mas que compartilham estas características.
Lembro-me que escutava muitas músicas que atravessaram gerações fazendo um grande sucesso e que são cantadas até hoje, eu achava engraçado ouvir em vitrola e fogareiro, achava estranho escutar expressões como "pro seu bel prazer", "troquie de mal com Deus" ou "ao léu" e ficar imaginando as curvas da estrada de Santos e as bandas de Ouro Fino, mesmo sem muita consciência eu sabia que aquela era uma época muito distante da que eu já vivia e que era um tempo bem diferente, muitos me diziam que era melhor.
Hoje sei que, pelo menos musicalmente falando, o meu tempo também já se passou e apesar de estar completamente inserido nos dias de hoje e de ainda ser muito novo para usar a expressão "No meu tempo", percebo que Cidade Negra, J quest, Charlie Brown Jr, Marcelo D2, Revelação, Thiaguinho e Péricles enquanto exaltassamba, Dudu Nobre e muitos outros não viraram artistas de repente, tanto que são reconhecidos há no mínimo 12 anos e continuam produzindo e agradando boa parte da população brasileira. Vejo em Chorão um dos últimos cantores nacionais que tinha algo a dizer em suas letras e lamento muito ver que a musica cada vez mais torna-se uma cultura descartável.
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