Preço para se viver

Nesta Quarta-Feira de cinzas o jornal Cidade alerta, noticiou a história de Mario, pedreiro de 46 anos que recentemente descobriu um tumor em seu cérebro. Tendo atendimento negado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) devido ao alto custo do procedimento o caso foi para no ministério da justiça que por fim se recusou a retirar 60 mil do orçamento público para realizar uma operação de alto risco em um paciente com poucos meses de vida. Não fosse absurdo o suficiente para liderar as noticias ruins da semana, abri o correio web e li a matéria sobre o assassino por encomenda que fez um preço especial, um mero automóvel, para tirar a vida de três pessoas, sendo dois bebês gêmeos de apenas 40 dias.

Sem querer usar de muitos clichês para dizer que a vida humana não tem mais nenhum valor quando outros interesses julgados primordiais estão envolvidos, vejo-me forçado a atentar a todos que leem esse texto para que reflitam sobre isso por um instante, quem poderia te odiar tanto ou amar o dinheiro a ponto de estimar um valor  monetário para resumir toda a sua vida?  Assim como assassinos negociam um valor para matar alguém que nem precisam conhecer, assaltante jovens e drogados espancam, violentam e matam muitos cidadãos por um celular, uma bolsa cheia de pertences ou um tênis e políticos que já têm uma vida financeira estável fazem desvios milionários na verba destinada as secretarias de saúde ou até ao próprio sistema e acabam ocasionando muitas mortes e muitas destruições de famílias brasileiras. Todos esses parecem não dar a minima para as consequências de suas ações e para as vidas perdidas nas situações descritas.

Realmente acho lamentável o hoje termos uma mentalidade tão capitalista que dependendo da situação até a vida humana pode ter um preço, lamento ainda mais perceber que isso não é algo único da cultura brasileira. Habitamos um mundo onde um papel moeda inanimado e simples é quem dita as regras aos seres considerados racionais e que estes chegam ao extremo de exterminar a própria espécie para trocarem sua recompensa.