Infância virtual
Certo dia, voltando para casa me deparei com um contraste de cenas que foi muito engraçado! Dentro do ônibus, no assento a minha frente, uma mulher e em seu colo uma criança de no máximo cinco anos de idade jogando Subway Surfers e virando a cabeça e olhando pela janela, um grupo de garotos disputando uma partida de futebol em uma quadra local. Lembrei-me de quando ganhei o meu primeiro celular, não era nenhum Galaxy nem Iphone, servia apenas para estabelecer contato com minha mãe em casos de emergência, mas ainda que tivesse todas as funções, jogos e aplicativos que os modelos atuais possuem, não seria páreo ao competir com uma tarde brincando na rua com meus amigos, não era a toa que muitas vezes eu o esquecia em casa.
Com todo esse advento tecnológico, uma parte boa de se ser criança acabou se perdendo, antigamente não só uma quadra de qualquer modalidade, mas um playground ou um parquinho em um residencial ou condomínio jamais ficaria completamente vazio em um sábado a tarde, mas hoje neste edifício todos têm SKY, videogames, internet, smartphones, tablets e afins e acaba não sobrando tempo a verdadeira diversão.
Posso dizer que tive uma infância maravilhosa por passar boa parte dela brincando e me divertindo, hoje sinto falta de passar a tarde inteira em meio a tantas brincadeiras e nem ver o tempo passar, sem nenhuma preocupação nem formalidade, foi assim que aprendi a interagir com pessoas em qualquer ambiente, foi assim que fiz amizades que conservo até hoje, foi assim que aprendi a respeitar qualquer pessoa e exigir que me respeitem da mesma forma, foi assim que soube separar o que é brincadeira e o que é papo sério e tudo isso faz parte da minha personalidade de hoje. Logicamente a tecnologia torna-se algo necessário em nosso cotidiano cada vez cedo, mas quando começa a fazer parte da infância chega a não ser algo muito saudável. Não é a toa que a molecada de hoje em dia é um assunto um pouco mais complexo, eles acabam sendo mais individualistas, menos criativos, precoces, mimados e de uma forma geral, mal educados.
Faço esse pedido a todos os pais, tios, padrinhos e madrinhas, irmãos mais velhos ou todos os leitores que tenham qualquer grau de parentesco com uma criança, faça com que ela resgate os valores da infância de sua época. Você com certeza aprendeu muito nessa fase e hoje é grato por isso, imagine viver em um mundo onde crianças não brinquem de pique pega, pipa, bolinha de gude, bonecos, tomba lata, pique esconde ou balonete, que não andem mais de bicicleta, skate, patins, quem não façam mais torneios de pingue pongue ou totó, onde nada fora de uma tela tenha a capacidade de atraí-las. Essa não é minha meta de futuro para meus filhos, quero correr e brincar junto com eles! mas até lá, tenho medo de que isso já não exsta mais.
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