Existe um lado certo?


O atentado terrorista ao semanário humorístico francês Charlie Hebdo foi o assunto que preencheu os noticiários desta semana. a frieza dos assassinos, os protestos nas ruas de Paris, os discursos dos líderes de Estado e até as promessas de novos atentados aumentam a tensão e a comoção em vários países. Através das redes sociais , usuário de todo o mundo criaram a #JeSuisCharlie e fizeram com que ela estivesse entre os assuntos mais destacados no mundo, o Presidente dos Estados Unidos Barack Obama fez um discurso fervoroso demonstrando um apoio ao seu "mais antigo aliado" e vários outros meio de comunicação transmitiram a revolta que se passava na França. Mas na mesma semana um outro fato ganhava relevância nas mídias, estudiosos e colunistas publicavam em suas redes sociais a #JeNeSuisPasCharlie (Eu não sou Charlie) que foi criada por internautas e que, de certa forma, dava uma razão não só ao atentado a revista, mas aos outros ataques que cercaram esse fato como o assassinato de dois policias a céu aberto e o incêndio em um restaurante judaico que também foi provocado pelos radicais islâmicos.
Essa não foi a primeira vez que o Charlie Hebdo teve problemas com a Al Qaeda, várias charges publicadas e vendidas para outros jornais retratavam uma sátira muito imprópria que qualquer islâmico consideraria uma blasfêmia a sua religião, várias ameaças foram feitas e até alguns atentados menos sanguinários já haviam ocorrido. Os usuários que postaram a #JeNeSuisPasCharlie fizeram deste desrespeito o estopim para as suas críticas, embora muitos façam questão de ressaltar que reprovam os ataques, mas que entendem uma razão para que acontecessem.
Não acredito que seja possível atribuir uma razão a qualquer envolvido e quando digo isso não me refiro somente aos lados que as hashtags defendem, mas todas as pessoas que deram audiência às ilustrações ou que se incomodaram mas não se mobilizaram de forma civilizada e racional para que algo fosse feito, bem como não defendo as pessoas que dizem que exista alguma razão em se matar jovens, pais de família, uma mulher ou qualquer outra pessoa em nome de Alá ou qualquer outra divindade. acredito em um Deus que é amor e que pregou o amor, o respeito, a união e o livre arbítrio quando se fez homem e esteve na terra há mais de 2000 e que o mundo ainda não seria perfeito, mas bem melhor se vivesse a fé que vivo, não a fé da igreja católica apostólica romana teórica e fundamental, mas a fé a qual me adaptei. No entanto nunca tentei converter ninguém ao catolicismo e nunca fária isso usando de violência física ou psicológica. Ver pessoas tomando um posicionamento ignorando os bastidores históricos deste fato tem sido meio frustrante, talvez compartilhando minha ideia alguns se identifiquem e parem de fazer discursos de defesa à essas posições, logicamente foi um acontecimento lamentável que merece ser lembrado e repudiado, mas nesta história existem mais vitimas além das 12 que perderam a vida no dia 07 se janeiro de 2015 e também existem outros culpados.   

Comentários

  1. Caro Guilherme, parabéns pela coluna. Muito interessante toda a sua visão dos fatos. Vejo que o certo é a garantia a liberdade de expressão, ofenda a quem ofender. Respeito quem não é Charlie, por não rir de suas piadas. Mas quem defende os ataques por não ver graça na revista, que comece então uma temporada de caça ao humor, e a tudo que quebre a magnificência de ícones. Como futuros jornalistas, seja os seguidores de Maomé ou Sarney, quem merecer ser criticado que seja então. Mas que não nos privem de expor nossos pensamentos a população, sejam eles engraçados, sádicos, sérios ou sensacionalistas. Eu sou Charlie.

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    1. Obrigado Thiago! bom saber que você gostou do blog. Sem duvida a liberdade de expressão deve ser garantida não só no meio jornalistico, mas em qualquer ramo profissional. O que eu acho errado é o fato de zombar da fé islâmica ser considerado humor, não concordando, não seguindo ou não gostando deveria haver no mínimo respeito e lendo um pouco mais sobre essa história eu não vi esse respeito. Não me entenda mal, não estou dizendo que por isso ou por qualquer outra razão os cartunistas mereciam o destino que lhes foi imposto, muito menos que Não ou Charlie. Estou dizendo que não tomo nenhum posicionamento nesta história por não ver RAZÃO em nenhum dos lados.

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